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Resorts ou Cruzeiros? O que conta é o agente de viagem

Resorts ou Cruzeiros O que conta e o agente de viagem

É isso mesmo, o que conta é o mercado do agente de viagem. Resorts e cruzeiros são regularmente sujeitos a comparações devido ao número de leitos “flutuantes” que o mercado dos navios representa. Um estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) mostra que, na temporada 2014/2015, as quatro armadoras presentes no Brasil somaram dez navios, com um total de 29.562 camas. Ele tem a grande vantagem de ser um número volátil, pois surge durante as temporadas e some no inverno, à procura de águas mornas para navegar e procurar turistas de outros países e continentes.

Pronto para oferecer seus leitos e infraestrutura nas regiões onde tiver Verão, os cruzeiros são verdadeiras “ilhas flutuantes” com as melhores mordomias possíveis. Sistema all inclusive, às vezes, dotados de cassinos e animações o tempo todo, tornam-se um mundo no meio do oceano. Para se ter uma ideia, o maior navio de cruzeiros que navega por águas brasileiras é o MSC Splendida. Com mais de 300m de comprimento, ele possui a dimensão de quase três campos de futebol enfileirados, é 20% maior que o famoso e lendário Titanic, e pode transportar até 5.733 pessoas, entre tripulantes e passageiros.

O sonho de cada administrador de resorts é realmente esse, poder descolar, em poucos dias, o próprio resort em qualquer lugar do mundo onde sempre tiver alta temporada! Já pensou, que maravilha? Porém, vamos deixar esse sonho para o próximo episódio do seriado “Fantasy Island”.

Mesmo com esse quadro maravilhoso que os cruzeiros representam, no Brasil, estamos longe de ter um litoral adaptado a esse tipo de turismo. Além da ausência total de portos turísticos adequados, o nosso litoral não é dos melhores para os cruzeiros, pois são monótonos devido às grandes distâncias e o pouco relevo da costa litorânea brasileira.

Já os resorts possuem um perfil totalmente diferente dos cruzeiros, devido às suas “âncoras” serem em terra firme, eles conseguem fidelizar o seu público. Atendem o ano inteiro o “Sr. Francisco” ou a “Sr.ª Maria”, criando um conceito de atendimento realmente personalizado. Existe coisa melhor do que voltar para um resort e ser reconhecido pelo barman que prepara seu drink do jeito que você gosta?

Essa é a magia dos resorts, a possibilidade do hóspede ser parte de uma história que se escreve ao longo do tempo; criar memórias que poderão ser compartilhadas e vivenciadas por seus amigos e parentes; recomendar suas férias para amigos queridos e as pessoas que ele ama; estreitar laços e fazer amizades. Passar férias em um resort não é ser apenas “mais um hóspede”, é ser “o hóspede”.

Entretanto, o ponto em que quero chegar não é avaliar se uma ou outra opção é melhor. O mercado do turismo brasileiro é comercializado, essencialmente, por operadoras e agências de viagens. Essas empresas precisam de produtos, a regra fundamental da sobrevivência do mercado do turismo. É indispensável para o nosso mercado que a parte da cadeia que cuida da comercialização dos produtos turísticos seja saudável e sólida. Em momento nenhum podemos esquecer esse aspecto, pois ali temos uma engrenagem vital da indústria do turismo, a venda.

Obviamente que, todos nós gostaríamos que as agências de viagens vendessem unicamente o nosso resort, mas isso também talvez aconteça no próprio episódio de “Fantasy Island”. A realidade é outra, os agentes precisam de uma variedade de produtos para compor suas vitrines e atrair passageiros. Assim, eles alimentam o sonho das pessoas em querer viajarem. Os agentes de viagem não são unicamente vendedores, mas geradores de sonhos. Claro que, se vendem resorts, nós somos gratos, viu!?

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